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"Educação em Situações de Emergência no Brasil: Desafios Atuais e Perspectivas para a Pesquisa e a Ação Coletiva"

No último sábado, a rede INEE organizou um Meet-Up com o objetivo de promover uma escuta ativa entre os participantes sobre os desafios enfrentados na Educação em Situações de Emergência no Brasil. O encontro também buscou identificar boas práticas já existentes, prioridades locais e caminhos possíveis para fortalecer a pesquisa, a colaboração interinstitucional e o impacto das ações no território.

A intervenção foi conduzida por mim, como Ponto Focal da INEE no Brasil, e por Fernanda Regis, responsável pela Comunidade de Língua Portuguesa da rede.

Compartilho aqui algumas das reflexões que apresentei no evento, com o desejo de conquistar mais pesquisadores, jovens e comunidades para trabalharmos juntos essa questão tão urgente. A rede INEE é aberta a todos que desejam contribuir com o fortalecimento da educação em contextos de crise.📌 Se você deseja participar, acesse: https://inee.org/pt



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políticas educacionais. Hoje, ela se afirma como uma das questões mais urgentes e desafiadoras para garantir o direito à educação em contextos de crise, vulnerabilidade extrema e ruptura da normalidade escolar.

No Brasil, isso se torna ainda mais evidente diante do aumento dos desastres climáticos — como enchentes, secas prolongadas e deslizamentos — que forçam o deslocamento de milhares de pessoas e interrompem rotinas escolares por tempo indeterminado.

Essas situações não apenas desafiam a estrutura física das escolas, mas colocam em xeque nossa capacidade de acolher emocionalmente os estudantes, apoiar educadores e educadoras e assegurar continuidade pedagógica.Mas é justamente nesses cenários de emergência que emerge, com força, a potência da educação. Porque, mesmo diante do caos, sempre há professores e professoras atuando com coragem, estudantes que continuam sonhando e resistindo, redes comunitárias que se mobilizam para manter o vínculo com o saber, com a escola, com a vida.

É nas margens das grandes catástrofes — silenciosas ou não — que surgem também soluções criativas: formas de ensinar e aprender que nascem da escuta das comunidades, da articulação local e do compromisso coletivo.

Quando falamos em emergência dentro de um país emergente como o Brasil, é preciso reconhecer que as vulnerabilidades estruturais — sociais, econômicas, ambientais e institucionais — amplificam os impactos de qualquer crise.Nesses contextos, uma emergência não é apenas um episódio pontual: ela se inscreve sobre desigualdades já existentes, atingindo de forma desproporcional populações que historicamente enfrentam exclusão.

Em países emergentes, as emergências não são apenas desafios momentâneos, mas espelhos que revelam — com urgência — a necessidade de sistemas educacionais mais resilientes, justos e preparados para proteger os que mais precisam, especialmente nos momentos em que tudo desaba.

É por isso que a presença e o apoio de organismos internacionais, como a INEE – Inter-Agency Network for Education in Emergencies, são essenciais. Eles nos ajudam a lembrar que a educação é um direito humano global, inegociável — mesmo, e sobretudo, em tempos de crise.

Agradeço imensamente a presença de cada um e cada uma que abrilhantou esse encontro, e convido mais pesquisadores, comunidades e jovens a colocarem seu tempo, pesquisa e conhecimento a serviço da construção de soluções duradouras.

Espero que este seja um espaço de troca verdadeira, de fortalecimento mútuo e de compromisso coletivo com o direito à educação — mesmo, e especialmente, em contextos de emergência.

Muito obrigada, e que tenhamos uma jornada inspiradora!

 

 
 
 

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